18 de setembro de 2008

"Momento da Verdade" - SIC

Eis o programa que está moda. Resumindo, pega-se num concorrente, liga-se o mesmo ao polígrafo, fazem-se 50 perguntas, escolhem-se 21 e criam-se 6 patamares de "segurança" e, caso o concorrente responda, segundo o polígrafo, verdeiramente a todas, pode levar a módica quantia de € 250.000 para casa.
Até aqui, tudo bem. A partir deste conceito, vêm os seguintes problemas:
  • A apresentadora, Teresa Guilherme, é pródiga em criar as situações mais polémicas que se asssiste nos concursos nacionais, tentando sempre puxar mais além do que as pessoas querem que se saiba;
  • A ganancia, os tempos dificeis que muitas pessoas passam, fazem-nas sujeitar-se a perguntas que, tem tanto de polémicas, como de devassas da vida privada de cada um, pois não se traça a linha (ténue) sobre o que se deve e não se deve perguntar (tudo em prol do aumento das audiencias);
  • A fiabilidade de um aparelho como o polígrafo que, desde 1998, não é utilizado pelos EUA, devido a casos flagrantes que demonstraram a sua fraqueza e facilidade de ser enganado.

Fruto disto, o concorrente desta semana está a braços com uma possível queixa-crime por violência doméstica, além de ter saído de lá de mãos a abanar... É o que dá ser ganacioso e sujeitar-se a isso. Pior ainda, é ver declarações de pessoas relacionadas com o canal afirmarem que o programa também é veiculo de denúncia de casos de violência doméstica. Será que advertiram os concorrentes para isso?

Quanto a mim....continuarei a ver o Jogo Duplo, na RTP1, que tem mais de mérito nos valores mais modestos, quer na conquista que depende de cada um, e não de uma máquina tida como infalível, mas que é facilmente manipulavel...

2 comentários:

salty disse...

Melhor, melhor...

...Será agarrarmo-nos aos livrinhos de mesa de cabeceira e nem ligar a TV...

Unknown disse...

Chegámos a um ponto em que nos vendemos por tão pouco!

Aquele concorrente, infelizmente, é um reflexo da "nossa" sociedade. Terá ele achado que fazer aquela figura ridícula (e o problema não é ter sido para o país todo, mas sim para as pessoas com quem ele se relaciona no dia-a-dia) valeu a pena? Ela acabou por sair de lá com as mãos a abanar.
Ele não é, de todo, uma boa pessoa. Não foi bom filho, não é bom marido, não é bom pai e não pode ser bom amigo. É uma pessoa mesquinha que não se orgulha do filho, mas ele também nunca fez nada na vida a não ser ficar com a mercearia do pai e que certamente quem "aguenta as pontas" do negócio são a mãe e a mulher.

O que é que uma pessoa destas vai fazer para um concurso daquele género?